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To the Bone" - Netflix

Lili Collins foi a protagonista do filme "To the Bone", onde interpretou o papel de Ellen. Este aborda o tema da anorexia, um tema cada vez mais comum nos nossos dias, infelizmente.

Ellen é anorética e vê a sua doença cada vez mais avançada, quem a rodeia está completamente alarmada, mas Ellen não tem esperanças de melhorar até encontrar um médico pouco convencional que a procura ajudar.
Esta passa a fazer parte de um grupo e a viver com outras pessoas que vivem com o mesmo tipo de doenças e é aqui que a sua vida parece mudar. Surgem novas amizade, uma muito especial. Porém, Ellen, não sabe lidar muito bem com os seus sentimentos e isso não a ajuda a melhorar o ambiente que a rodeia. Conseguirá Ellen mudar como se sente? Vencer os seus medos e fantasmas mais dolorosos? A sua doença?
Aconselho-vos vivamente a verem este filme. 
É um filme que nos faz pensar e refletir sobre a nossa autoestima, sobre o nosso valor e amor-próprio que é tão importante para darmos também importância à vida.

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Anorexia

A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por uma distorção da imagem corporal, com um medo extremo da obesidade e a incapacidade em manter um peso mínimo normal dentro dos 15% do peso corporal ideal.

Os pacientes com esta patologia têm a percepção de que estão gordos, quando na realidade se encontram extremamente magros. 

A nível psicológico é frequente a manifestação de sintomas como tristeza, baixa autoestima, autocrítica, isolamento social, irritabilidade, ansiedade e insónia. A nível comportamental é bastante comum que haja situações de ocultação de alimentos, simulação de refeições e uma recusa ou preocupação excessiva em alimentar-se em público. Normalmente, estes pacientes negam a sua condição, colocando em causa o acesso ao tratamento.

Em cerca de 95% dos casos a anorexia nervosa, atinge o género feminino. Geralmente, começa na adolescência, por vezes antes, e mais raramente na idade adulta. Afeta sobretudo pessoas de classe socioeconómica média e alta. Na sociedade ocidental o número de indivíduos com esta perturbação tem vindo a aumentar.

Em Portugal, estima-se uma prevalência de anorexia nervosa na ordem dos 0,3% a 0,4%, ocorrendo 90% no género feminino. Embora esta prevalência não seja muito elevada, ocorrem formas parciais da doença em cerca de 12,6% das adolescentes, cerca de 7% apresentam uma perturbação da imagem corporal e 38% com peso normal referem desejo de emagrecer. Estes números, todos referentes a Portugal, merecem uma atenção especial. A doença pode ser ligeira e transitória ou grave e duradoura, sendo fatal em 10% a 20% dos casos. A anorexia nervosa é a doença do comportamento alimentar com maior nível de mortalidade, sendo por esse motivo determinante o acesso precoce a um tratamento especializado.

Sintomas

Muitas das mulheres que mais tarde desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, ambicionando o sucesso e a realização profissional.

 

Preocupações com a imagem corporal

Os primeiros sinais são uma crescente preocupação com a dieta e o peso corporal, mesmo sendo já magras, como é o caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa. A preocupação e a ansiedade intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo face a uma magreza extrema a pessoa insiste que está obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta de apetite ou da perda de peso e, em geral, resiste ao tratamento. Como tal, não recorre ao médico até que os familiares a obriguem.

 

Controlo alimentar obsessivo

Embora anorexia signifique ausência de apetite, as pessoas com anorexia nervosa estão esfomeadas e preocupadas com a alimentação, estudando regimes e calculando calorias.

Cerca de 50% dos indivíduos com anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva de comida e a seguir desencadeiam o vómito ou ingerem laxantes ou diuréticos. A outra metade restringe simplesmente a quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também um excesso de exercício para controlar o peso.

 

Alterações hormonais

As mulheres deixam de menstruar, por vezes antes de terem perdido muito peso. É comum uma perda de interesse sexual. Ocorre, ainda, frequência cardíaca lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal, inchaço dos tecidos por acumulação de líquidos e cabelo fino e suave ou, pelo contrário, excessiva camada de pelos na face e corpo. A depressão é habitual na anorexia nervosa e ocorrem diversos tipos de alterações hormonais.

 

Outras consequências (em caso de desnutrição grave)

Quando a desnutrição se torna grave, todos os órgãos principais são afetados. Os problemas mais perigosos são os relacionados com o coração, com o sódio, potássio e cloro. O coração fica fraco e expulsa menos sangue. A pessoa pode desidratar-se e ter tendência para o desmaio. O sangue pode acidificar-se e os valores de potássio no sangue podem descer. Vomitar e tomar laxantes e diuréticos tendem a piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido ao aparecimento de ritmos cardíacos anormais.

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Causas

A sua causa é desconhecida, mas a pressão social parece ser um fator decisivo. Existem também indicadores genéticos envolvidos. O desejo de ser magro é muito frequente na sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente. Mesmo as crianças estão a par destas atitudes e um grande número de adolescentes segue regimes para controlar o peso. De facto, a anorexia nervosa está relacionada com o processo de globalização e com a difusão de padrões de sociedades modernas no que se refere à beleza.

Tratamentos

A anorexia nervosa requer acompanhamento psicológico e físico, este realizado por endocrinologistas e por nutricionistas. É essencial envolver no processo toda a família. É possível recuperar desta patologia. Estima-se que cerca de metade das pessoas o fazem, muitas outras apresentam períodos de recuperação e recaídas e uma minoria mantém uma forma crónica, mas é difícil prever a evolução de cada caso.

Geralmente, o tratamento faz-se em duas fases: a primeira é a restauração do peso corporal normal; a segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com fármacos.

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